Gosto de bichos em geral.
Mas gosto mais de cachorros.
Meu filhote, parecer ter puxado um pouco desse gosto. E andou querendo uma tartaruga terrestre. Um jabuti.
Dei uma pesquisada e descobri que a venda desses animaizinhos, mesmo aqueles nascidos em criadouros autorizados, estaria proibida pelo Ibama.
Há algum tempo, lembro que havia a possibilidade de se comprar jabutis “legalizados”. Os bichinhos vinham com um “microchip”, que garantiria que vinham eles de criadores registrados e não eram animais contrabandeados ilegalmente.
De toda forma, agora está proibido.
Pois bem.
Leio no jornal “Folha de São Paulo” de hoje, que o Ibama está querendo “tomar” um papagaio de uma mulher.
O bichinho foi “herdado” pela sua dona e tem 27 anos de idade.
Ou seja, está com a família muito antes de começar essa coisa, politicamente correta, de se proibir a posse de animais silvestres.
O bichinho verde, tem epilepsia. Mora em uma gaiola especial, acolchoada, para que ele não caia e se machuque.
O Ibama quer o bicho e, segundo o jornal, justificou seu pleito, afirmando que ele será “sacrificado, se doente, ou entregue a natureza, se sadio”.
Ou seja, a dona, que cuida do bicho há muito tempo, que tem uma gaiola especial para que o bichinho não se machuque, deverá entregá-lo para que ele SEJA SACRIFICADO, pois é óbvio que o bicho é doente!!!
Não é coisa de maluco?
E mais. O Ibama sabe da existência do bicho, porque no ano de 2002, a dona “registrou” o bicho naquele órgão, pois a legislação da época assim o exigia.
Olha o absurdo da coisa: a dona, tem um papagaio, que herdou de algum parente. O bicho tem mais de 27 anos e, obviamente, não poderá ser solto na natureza, pois não mais saberá sobreviver em liberdade. O bicho tem epilepsia e é cuidado com desvelo pena dona. O Ibama só sabe da existência do bicho porque a dona, de boa fé, informou o órgão. E agora, deve entregá-lo para que ele seja SACRIFICADO.
É ou não é surreal???
'Diz a lenda', que em feiras das periferias de nossa amada capital bandeirante, você consegue, com alguma facilidade, comprar um papagaio, ou um jabuti, ou uma cobra, ou algum outro animal silvestre, devidamente contrabandeado.
Mas isso o Ibama não sabe.
Por sorte, uma juíza federal, demonstrando muito bom senso, deu uma liminar para que a dona fique com o bicho.
Aguardamos, esperançosos, que se faça Justiça e que o bicho fique, definitivamente, com sua dona.
E aguardamos, para breve, que SIMÃO BACAMARTE, o célebre Alienista da literatura nacional, recolhe-se ao seu manicômio, levando junto quem não tem bom senso.
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