A Invenção do Samba e da Luz [por: Armando Moya]

A Invenção do Samba e da Luz

Postado por Armando Moya

Como é sabido, o samba foi a primeira coisa a existir. Deus era mais um dos membros da roda e participava da batucada fervorosamente. O pout-porri era improvisado e, como todos os presentes tinham o dom da onisciência, não importava quem puxasse o refrão, todos sabiam como acompanhar. Começaram com um bater de palmas: “pá pá pá pá pá”, e os seres divinos foram se juntando. Todos eles repetiam a batida e ficaram assim por muito tempo.

Cansado de tanto bater palma, Deus quis inovar e tratou de fazer os tambores. Tantã, tamborim, pandeiro - que ainda não era feito com pele de gato -, bumbo e o surdo se juntaram à roda. Inquietas com aquele bater profundo do “Tum! Tum!” do surdo e com o tamborim e seu “tá tá tá tá tá”, as deusas trataram de levantar suas vestes, mostrar joelhos e coxas e inventaram o sambar. Foi aí que os divinos desandaram a ser humanos. Foi também nesse momento que Zeus se apaixonou.

A beleza de Hera sempre foi comentada por entre os ouvidos dos deuses. Fechada e de poucos amigos, foi na roda de samba que tudo começou a acontecer. Hera era mais uma das deusas que estava de vestido levantado, de sandália rasteira. Zeus, que não se conteve, tratou logo de inventar o verso no samba. Batata! Hera caiu na primeira cantada da história, eles se casaram, e nasceu Afrodite, a mais bela.

Hades, bêbado de tanta alegria, desandou a chamar Iemanjá de Janaína. A coisa fedeu para o seu lado e logo foi enviado para o submundo, que, na época, não era muito movimentado. Ela chorou horrores e acabou por fazer um mar de lágrimas.

Diante do penar de Iemanjá, Deus, que não é bobo, mais uma vez trouxe uma evolução: o cavaquinho. Assim que entrou na roda com aquele instrumento na mão, o Todo Poderoso, olhando para os colegas, mandou a letra: “Sol maior!”. E então, fez-se a luz.

O original está aqui