Se a curiosidade matou o gato, pelo menos ele não morreu ignorante.
The truth is out there and inside us.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Decisões

Existem momentos na vida de uma homem que ele deve tomar decisões. Não há escolha. Não se trata de dever ser. Ele, o homem, TEM que tomar uma decisão. Por que digo isso?
Sempre fui "gordinho", no bom sentido da palavra, até meus sete anos de idade, mais ou menos, sempre fui "magrinho", daí mamãe me deu muito fermento (tônicos, vitaminas, complexos alimentares e similares) após um periodozinho de descanso (de massa) comecei a tufar. Engordei bem e após vinte anos continuo gordo. Até já me acostumei com isso. Tenho aproximadamente um metro e oitenta centímetros de altura, aproximadamente porque suspeito que estou encolhendo. Dizem que com o tempo a pessoa diminui devido às pressões, do ar, da idade, da família, da esposa, dos filhos, do trabalho, da gravidade etc. E com essa altura mais cento e seis quilos concluo - sou gordo, muito gordo, um gordo elegante, charmoso, bonito (vaidade é fogo), mas inevitavelmente gordo. Como disse convivo bem com isso. O sangue está legal, fluindo normalmente nas veias, se tem congestionamento é muito pouco. Apesar da sedentária vida tenho bastante dinâmica, com paradoxo mesmo.
Mas essa semana uma notícia me chocou. Estou abalado. Abaixei-me defronte a minha esposa para catar algo no chão quando ela declarou: - Amor! (com susto na voz) Você está ficando careca! Há clareiras na sua cabeça (essa última frase acrescentei agora na tentativa de dar comicidade ao relato). Admito que passei o resto da semana pensando... (...) ... Até agora. Daí mastiguei bem a idéia, organizei as idéias (+ou-) e estou "postando": - Não posso ser referência dupla! - Como assim? Você me pergunta. Muito simples. Um gordo já é referência, sempre: - Quem é Joana? Aquela na frente daquele cara gordo ali (ou daquele gordinho, para não ofender tanto) - Onde fica o banheiro?  É aquela porta ao lado daquele "gordinho" ali. Entederam?
Já sou gordo há mais de vinte anos e sabendo que carecas também são referência... Precisa falar muito? Vou ser gordo e careca, teria que passar mais outros vinte e poucos anos (não pensei em Fábio Júnior) me adaptando à carequice (calvice, pra dizer que tenho um vocabulariozinho mais ou menos). Pode? Daí a minha decisão: - Vou deixar de ser eu e serei magro. Terei que abominar quem eu sou para ser outra coisa. Por que? Ser gordo? Tudo bem. Ser careca? Tudo bem. Mas ser gordo e careca? Pow! Ninguém merece, ou uma coisa ou outra. Duas coisas juntas não dá!
Como vou emagrecer? Nunca havia parado para pensar nisso com seriedade. Sempre disse "vou emagrecer" (em voz alta) daí acrescentava "um dia" (em voz baixa). Esse dia chegou? Será que dessa vez vai? Não percam os próximos episódios de: "naopare.blogspot.com" (talvez no futuro mais magro e careca)