Se a curiosidade matou o gato, pelo menos ele não morreu ignorante.
The truth is out there and inside us.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Novas notas de R$ 50 e R$ 100 começam a circular na segunda-feira


Banco Central lança nova geração de cédulas

Novas Notas - Divulgação/BCA segunda geração da família de cédulas do real será lançada nesta segunda-feira (13/12) pelo Banco Central. As primeiras novas notas a circular serão as de R$ 50 e de R$ 100. Em 2011, será a vez das notas de R$ 10 e de R$ 20 e, a partir de 2012, começará a substituição das notas de R$ 2 e de R$ 5. De acordo com informações do BC divulgadas pela Agência Brasil, as duas notas de maior valor são as que demandam maior proteção contra tentativas de falsificação e, por isso, estão sendo lançadas primeiro.
Mais de 70% das cédulas falsas apreendidas no país são de R$ 50 e de R$ 100. “As novas notas entrarão em circulação por meio dos bancos comerciais, sendo que as cédulas atuais continuarão valendo e somente serão retiradas de circulação em decorrência do desgaste natural”, informou o Banco Central, em nota.
O Banco Central informou que a nova família teve de ser criada para dar mais segurança às notas e não será necessário trocar as cédulas antigas, pois as duas famílias conviverão em circulação por prazo indeterminado. “Com o avanço das tecnologias digitais nos últimos anos, é necessário dotar as nossas cédulas de recursos gráficos e elementos antifalsificação mais modernos, capazes de continuar garantindo a segurança do dinheiro brasileiro nos próximos anos”, informou o BC.
As mudanças
A Casa da Moeda investiu em novos equipamentos de impressão, pois as atuais cédulas são impressas em máquinas com mais de 30 anos de uso. “Os novos equipamentos e insumos permitem a impressão de desenhos mais complexos e com maior precisão, aumentando a percepção de uma impressão de qualidade superior. Alguns elementos já presentes na primeira família – como a marca d’água e o número escondido – foram redesenhados de modo a facilitar a sua verificação pela população”.
Outra mudança é o tamanho das novas notas, que vai garantir o uso seguro pelos deficientes visuais. Os deficientes visuais também poderão contar com as marca táteis, que são barras em alto-relevo localizadas no canto direito inferior das notas.
A adoção de tamanhos diferenciados também inibe a tentativa de falsificação por lavagem química, técnica que apaga a impressão de uma nota de menor valor e imprime no papel moeda lavado a estampa de uma nota de maior valor.
Nas notas de R$ 50 e de R$ 100, a novidade é a faixa holográfica, composta por desenhos descontínuos que, ao serem movimentados, apresentam efeitos de alternância de cores e formas, de acordo com o BC. Os outros elementos de segurança são a marca d’água, que apresenta o valor da nota e a imagem do animal, e o número escondido, que aparece quando a nota é colocada na posição horizontal, na altura dos olhos.

esperando virar a touca

esperando virar a touca: "



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Ilusão

Olhe fixamente para o ponto no centro da imagem. Aguarde um instante até a imagem ficar em preto e branco. Se mexer os olhos a imagem volta ao normal.

10aprendendo com o Coala #5

10aprendendo com o Coala #5: "

10aprendendo5


Este 10aprendendo vai pra Clarinha, filha do meu amigo Zé Luiz, que nasceu quarta. Bem-vinda !

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Circus n° 210




Sexta-feira, 10 de dezembro de 2010 - Migalhas nº 2.528.

O gato triste e o rato alegre

Pense numa casa velha. Mais, muito mais do que isso, coisa aí de 150 anos, no mínimo. Dessas cujo proprietário, se é que tem algum, não sabe que tinta desbota nem que assoalho enruga com o tempo. Há uma varanda na parte da frente, coisa aí de meio metro acima do nível do jardim, nome que se dava àquela imensidão de mato rasteiro e que, num passado muito remoto, deve ter abrigado alguns pés de rosa.

Sobe-se uma escada de madeira rangente, na quase certeza de que não se chegará lá em cima são e salvo, ainda que você escolha adequadamente onde botar o pé na hora de mudar o passo, sempre apoiando-se num arremedo de corrimão, não menos balouçante.

Pronto. Uma vez lá em cima, ainda olhando com o máximo cuidado onde pisar, chega-se à porta de entrada que, obviamente, não está trancada. É girar a maçaneta e empurrar a porta com o ombro e a sala se apresenta, com aquele desfile de teias inimagináveis (ou imagináveis, depende de sua experiência passada, mesmo porque não há experiência futura), ligando parede a parede, como lhes compete. Você, com algum esforço, consegue abrir a janela e alguma luminosidade penetra no salão, mostrando-lhe que ele é mais medonho do que teu otimismo havia suposto.

Os olhos vão-se adaptando ao ambiente, conseguindo distinguir isto daquilo, embora o conjunto não mereça nome outro que o de lixo. Quem mora ali? Evidentemente, ninguém que seja deste mundo. Num canto do rodapé teus olhos dão com um pequeno buraco, que chamou tua atenção porque, ao lado dele, há um gato magérrimo, tremendo de frio e, ao que se supõe, de fome. Olhos fixos no tal buraco, numa postura que seu psicoterapeuta chamaria de estase, ele nem dá pela tua presença.

Eis que, vindo não se sabe de onde, talvez aproveitando a porta recém-aberta, aparece um gato gordo, de pelo brilhante e de olhos mais brilhantes ainda. Sem a menor cerimônia ele vasculha a sala, até aproximar-se do outro felino, que, agora menos estático, lhe estende a pata direita aberta, num sinal que entre os humanos significa "Alto lá". Ignorando a ordem, ele avança lentamente na direção do outro, que, agora, nervosamente, aponta com o polegar da mão direita o tal buraco, a sugerir que ali havia entrado um rato, que, mais hora menos hora, dali sairá, a menos que haja uma passagem secreta que ele, tiritando de frio e fome, não tivera tempo de averiguar. "Você me entende, não?", sugere ele com olhar súplice.

Sentado ao lado do outro, tendo entre eles o tal buraco, quem agora estende a mão espalmada é o gato visitante. Finge limpar as cordas vocais com alguns grunhidos e, aproximando a boca do tal buraco, não diz menos do que "Au! Au! Au!"

"Mas como", pensa o trêmulo felino, "com tanto lugar no mundo me vem visitar um louco desses? É azar em demasia."

Antes que ele verbalize sua indignação, o visitante levanta a cara para o alto e, com voz menos severa, diz algo como "Au! Au!"

Uma pausa para meditação.

Ponha-se no lugar do rato, se é que há de fato um rato naquele buraco, que eu não me perca pelos solavancos do inevitável eco. Você ali se homiziara depois de driblar aquele magrela que não mostrava boas intenções nos dentes que lhe exibira e que eram inconfundíveis com um amistoso sorriso. É claro que o gato ficou junto ao buraco aguardando que, tangido pela claustrofobia, que, aliás, te levara a procurar tratamento psicoterapêutico, você resolva vir cá fora tomar um pouco de ar fresco, ocasião em que aqueles tais dentes mostrarão ao mundo sua serventia. Eis que lhe chegam aos ouvidos inconfundíveis latidos, partidos de algum animal que também se encontrava ali junto à abertura da parede. Salvo engano, cuida-se de um cão, inimigo ferrenho, como sabemos ambos, dos gatos. Já os segundos latidos vieram de mais longe, a sugerir que o tal cachorro expulsou aquele felino malandro dali.

E lá se vai o confiante rato, cabeça erguida, a caminho da liberdade.

Pois mal dá dois passos além do limiar do rodapé e nhac!

Devorado o ingênuo ratinho, o gato gordo, enquanto palita os dentes com a unha, aconselha o outro, professoralmente: "Nos dias de hoje, meu caro, quem não fala pelo menos duas línguas está frito. Por mais capenga que isso seja."

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A coluna Circus, integrante do site Migalhas (www.migalhas.com.br), é assinada pelo ilustre migalheiro Adauto Suannes. Para ler os Circus anteriores, clique aqui.

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Lançamento

Uma sequência de histórias de ácida criticidade é o que apresenta Adauto Suannes em sua mais nova obra. O realismo e o bom-humor característicos do autor também se fazem presentes em cada um dos 28 capítulos de "Menas Verdades - causos forenses ou quase".

Como pontua o jornalista Juca Kfouri na apresentação do livro, os casos contados são deliciosos e exemplares, tanto para o bem quanto para o mal.

E, em cada linha, o autor transpira personalidade, seja na fluida linguagem, seja na criativa construção da narrativa: garantias de uma prazerosa leitura.

Cada exemplar da obra custa apenas R$ 35,00 - e o frete é cortesia da casa.

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