Se a curiosidade matou o gato, pelo menos ele não morreu ignorante.
The truth is out there and inside us.

quinta-feira, 22 de março de 2012

É possível indenização pelo DPVAT por acidente de trabalho na limpeza de trator

É possível indenização pelo DPVAT por acidente de trabalho na limpeza de trator

Bob Marley está bem vivo nas redes sociais


O artista morreu em 1981, mas a lenda continua viva e atualizando as redes sociais! Com mais de 37 milhões de fãs no Facebook, Bob Marley supera muitos artistas populares da atualidade como Beyoncé e Black Eyed Peas.
Além da sua fan page, mantém atualizados seus perfis oficiais no Twitter, YouTube, Flickr, MySpace e não deixa de fora as apostas Google+ e Pinterest. Com toda a discografia disponível no iTunes, o mestre do reggae estreiou mais um filme no último dia 20 (video acima)

Direto do blog do Marcelo Tas (aquele careca do CQC)

A reconstrução de uma ciência jurídica: uma questão de método?

A reconstrução de uma ciência jurídica: uma questão de método?:
Os atuais sistemas jurídicos, principalmente o brasileiro, são irracionais, pois procuram se legitimar na tradição e principalmente no poder coercitivo da autoridade.

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Empregador que pagava salários com cheques pré-datados deverá indenizar trabalhador

Empregador que pagava salários com cheques pré-datados deverá indenizar trabalhador: Um trabalhador procurou a Justiça do Trabalho, pedindo a condenação da ex-empregadora ao pagamento de indenização por danos morais, sob a alegação de que a empresa pagava os salários mensais em três parcelas, com cheques pré-datados para 15, 30 e 45 dias. Sem opção, o empregado era obrigado a leia mais

Corte Especial: leis estaduais não podem tratar de condições de atendimento em agências bancárias

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Lesão em cirurgia que causou morte por infecção caracteriza acidente para efeito de seguro

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Photo from esperandoviraratouca

Photo:

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quarta-feira, 21 de março de 2012

16 dicas para se tornar um ótimo fotógrafo

16 dicas para se tornar um ótimo fotógrafo direto do tecmundo.

Área 42: Como fazer gambiarras com câmeras digitais [vídeo]

Área 42: Como fazer gambiarras com câmeras digitais [vídeo] direto do tecmundo.

Área 42: como criar uma antena de TV digital com uma latinha de refri [vídeo]

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Viaje pela Escala do Universo

Viaje pela Escala do Universo:
universo interativo física ciência  Viaje pela Escala do Universo
You need a more recent version of Adobe Flash Player.

Há vastos mundos em um grão de areia, e mundos ainda mais vastos do que alcançam nossos olhos no céu. Da espuma quântica nas menores escalas já definidas pela física de partículas, até o infinito além do Universo observável, espere a animação interativa carregar, clique em “Start” e arraste a barra inferior para navegar pela complexidade crescente explorada pelo conhecimento.
Você também pode clicar em cada item para ver mais explicações. Esta é uma segunda versão da animação, por enquanto apenas em inglês – a animação original também está disponível em português!
Embasbacar-se com a pluralidade de micro e macromundos ultrapassando aquilo que vivenciamos no cotidiano já é algo. Mas há algo ainda mais surpreendente em explorar as escalas do Universo.
Preste atenção e note que a escala humana, com aqueles objetos que estamos acostumados a ver e manipular no dia-a-dia, se situa aproximadamente na metade de todas as escalas conhecidas do Cosmos. Isto é, a física quântica define a menor escala da física elementar como o comprimento de Planck, ao redor de 10-35 metros. Já a cosmologia define a maior escala do Universo observável como um diâmetro em torno de 100 bilhões de anos-luz, ou 1027 metros. São ao redor de 60 Potências de Dez, e nós estamos aproximadamente em seu meio.
universo interativo física ciência  Viaje pela Escala do Universo
A ciência nos mostra que não estamos no centro do Universo, e que afinal, o Universo não possui um centro. E no entanto a mesma ciência nos mostra que estamos ao redor do centro das escalas de comprimento onde todos os fenômenos acontecem. [via APOD, Glashow's Ourobouros]


10 objetos antigos que ainda funcionam

10 objetos antigos que ainda funcionam:

A lâmpada mais antiga do mundo

A mais antiga lâmpada do mundo foi acesa há 111 anos. Criada por Adolphe Chaillet, ela hoje está na central de bombeiros da Califórnia. A tal lâmpada é tão famosa, que possui até fã clube e site em sua homenagem.

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O mais antigo aspirador de pó

O mais antigo aspirador de pó do mundo está na Inglaterra e já completou 108 anos. Entretanto, apesar de funcionar perfeitamente, sua dona prefere usar um modelo mais novo para limpar a casa.

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A mais antiga geladeira

Em época de recessão, uma família Edimburgo, Reino Unido, decidiu investir as economias numa geladeira nova. No entanto, nem o mais otimista membro da família imaginaria que ela sobreviveria por 77 anos. O modelo da Frigidaire hoje ocupa um lugar de destaque na cozinha de Rosemary Kinghorn, que herdou o aparelho quando sua mãe morreu.

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O mais antigo computador

O japonês FACOM 128B foi construído em 1958 e hoje é detentor do título de mais antigo computador em funcionamento do mundo. Bem verdade, ele já passou por algumas atualizações, mas o núcleo do sistema ainda é o mesmo. Longe de ser o mais compacto, o FACOM ocupa 700 metros de espaço e tem poder de cálculo semelhante a uma calculadora atual. A meta da empresa é mantê-lo funcionando até 2016, quando completa 60 anos de operação.

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O mais antigo robô humanoide

Ele não possui nenhuma inteligência, mas entrou para a história por ser um dos primeiros robôs humanoides da Grã-Bretanha, construído logo após a Segunda Guerra Mundial. Montado com sucatas de um avião bombardeiro, ele não consegue nem chegar perto dos atuais sistemas de inteligência artificial, mas consegue se mover motivado por um controle remoto, duas baterias e alguma lubrificação nas articulações.

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O mais antigo televisor

Já se passaram 75 anos desde que este televisor foi lançado. Ele foi comprado por apenas $ 100 três semanas após o início das transmissões na Grã-Bretanha. Possui tela de 12″, estrutura feita em mogno, com imagem refletida em um espelho.

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O mais antigo semáforo

O semáforo mais antigo do mundo hoje está no museu Ohio Small Town, em Ohio, mas por anos foi responsável por organizar o trânsito. De acordo com o museu, o semáforo foi aposentado porque algumas pessoas daltônicas não conseguiam distinguir o vermelho do verde.

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O mais antigo hotel

O japonês Nisiyama Onsen Keiunkan foi fundado em 705 e permanece ativo até os dias atuais. Nem os mais de 1300 anos foram suficientes para modificar sua aparência. O hotel está localizado no coração as montanhas, com fontes de água quentes. A estadia custa cerca de US$ 350.

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O carro mais antigo do mundo

Construído na França, em 1884, o “La Marquise” foi originalmente construído para o conde francês De Dion, um dos fundadores da empresa que a construiu. Alimentado por lenha, carvão e pedaços de papel, o carro leva cerca de meia hora para trabalhar a todo vapor. A velocidade máxima é de 38 km por hora.

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O cinema mais antigo

O polonês Helios Welt-Kino-Theater, mais antigo cinema do mundo, abriu as portas em 1909 com três filmes: Der Kampf um den Glauben, Pick und Pock, and Die Smaragdküste der Bretagne. Duas guerras mundiais não foram capazes de impedir suas operações.
Via Oddee


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  1. Feira milionária reúne objetos inusitados
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  3. Carta de presidente de gravadora dizia que Madonna ainda não estava “pronta”

O homem invisível ataca novamente

O homem invisível ataca novamente:
Você já deve ter visto algumas fotos do chinês Liu Bolin por aí. Se não lembra, é porque não percebeu que ele está inserido em cada uma delas. Veja mais algumas fotos.


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quarta-feira, 14 de março de 2012

Enciclopédia Britânica deixará de ser impressa após 244 anos

RIO - Após 244 anos de história e 7 milhões de edições vendidas, a Enciclopédia Britânica anunciou nesta terça-feira que não será mais impressa. A enciclopédia mais importante do mundo, portanto, estará disponível apenas na versão on-line.
A notícia deve ter incomodado os nostálgicos, mas a própria companhia que edita a publicação vê o processo como natural. Na década passada, a empresa que edita a publicação se aprofundou no mercado de produtos e soluções para o setor de educação, negócios que respondem hoje por quase 85% de suas receitas. A enciclopédia gera apenas 15% do dinheiro, sendo que a maior parte dessa fatia vem da venda de assinaturas on-line e de aplicativos para celulares e tablets.
- A transição não foi assim tão difícil. Todos entendiam que precisávamos mudar. Ao contrário do que acontece com os jornais, nós tivemos muito tempo para refletir sobre isso pois sentimos o impacto do digital há muitos anos - disse ao site do jornal "The Guardian" Jorge Cauz, presidente da Encyclopedia Britannica, que edita a publicação. - Até onde eu sei, nós somos a única companhia que fez a transição da mídia tradicional para a esfera digital e conseguiu se manter lucrativa e ainda crescer.
A lucratividade da versão impressa da Enciclopédia Britânica foi solapada pela profusão de informação na Web, e a Wikipédia é o símbolo máximo dessa nova era. Gratuita e com 3,9 milhões de verbetes disponíveis em várias línguas ao alcance de um clique no Google, a enciclopédia colaborativa de Jimmy Wales tornou obsoleta aos olhos de grande parte dos leitores aquela cara e pesada coleção de dezenas de livros que abrangia não mais de 120 mil verbetes.
Mas apesar da competição com a Wikipédia, Cauz está confiante nas qualidades do seu produto para se manter vivo no ambiente que matou sua versão impressa.
- Podemos não ser tão grandes quanto a Wikipédia, mas temos um discurso acadêmico, um processo editorial e artigos bem escritos, baseados em fatos. Achamos que tudo isso é muito, muito importante e nos proporciona uma alternativa que queremos oferecer ao máximo de pessoas possível - afirmou Cauz, que tentou dimensionar a vantagem competitiva de sua enciclopédia: - Acreditamos que haja entre 1,2 bilhão e 1,5 bilhão de perguntas para as quais nós temos as melhores respostas.
A última edição impressa, que continha 32 volumes, foi lançada em 2010.

Fonte: O GLOBO.

terça-feira, 13 de março de 2012

A atipicidade da mera guarda de moeda falsa recebida de boa-fé, sem que haja dolo de recolocá-la em circulação

A atipicidade da mera guarda de moeda falsa recebida de boa-fé, sem que haja dolo de recolocá-la em circulação:
Não basta a simples guarda de moeda falsa para se ferir a fé-pública. O seu recebimento de boa-fé e a falta de dolo em recolocá-la em circulação são fatores que devem ser levados em consideração para que seja demonstrada a atipicidade da conduta.

Fonte: Revista Jus Navigandi

Marta Porto: ‘A cultura ainda não se tornou prioridade’

Marta Porto: ‘A cultura ainda não se tornou prioridade’:
RIO - Desde que saiu do Ministério da Cultura (MinC), Marta Porto vinha se mantendo em silêncio. Chegou-se a se especular que a ex-secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, no cargo entre maio e setembro do ano passado, poderia substituir Ana de Hollanda na pasta e que teria sido essa a razão dos desentendimentos entre ela e a ministra. Mas, em entrevista exclusiva ao GLOBO, Marta diz que faltou compatibilidade e confiança na atual gestão do MinC. Atualmente preparando um livro sobre política cultural — inclusive tratando de sua experiência no governo —, a ser lançado este ano, Marta trata ainda da crise nos Pontos de Cultura e do que chama de "vazio político" na cultura brasileira.
O GLOBO: Por que você deixou o MinC após poucos meses de gestão?
MARTA PORTO: Por falta de compatibilidade política e de confiança mútua. Assumi ao longo da vida profissional posições e compromissos públicos sobre vários dos temas que tensionaram o debate cultural desde o início dessa gestão e estar numa posição de liderança no Ministério da Cultura exigia naturalmente um alinhamento impossível. Por outro lado, assumi o comando de duas secretarias complexas e com maior relação com os movimentos culturais, a de Cidadania e a da Diversidade com um quadro administrativo e de gestão caótico. Desde o princípio tinha a firme convicção que era possível atravessar esse primeiro momento atuando em duas frentes: mobilizando a capacidade técnica instalada no MinC para identificar e apresentar soluções rápidas, imprimindo mais transparência aos processos, e em paralelo ampliar o debate político, dentro e fora do governo, da necessidade de estabelecermos um novo marco para a política de cidadania e diversidade cultural, a partir de macro programas com maior inserção no debate feito do Estado e na sociedade brasileira, juventude, infância, direitos culturais. Foi uma tese derrotada e isso faz parte do jogo.
O GLOBO: Na época, falou-se que havia um movimento de articulação para que você substituísse Ana de Hollanda. E se falou que isso poderia ter sido a razão para o rompimento entre você e a ministra. Isso é verdade?
MARTA PORTO: Houve boatos e não articulação. Sem dúvida isso não ajudou para estabelecer uma relação de confiança entre pessoas que não se conheciam, mas não foi o motivo.
O GLOBO: Desde sua saída, há boatos de que seu nome é cotado para o ministério. Alguma vez você foi consultada?
MARTA PORTO: Nunca fui consultada.
O GLOBO: Quando você deixou o MinC, você publicou um comentário em sua página no Facebook, que indicava que os projetos da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural não foram priorizados. Isso aconteceu? Os Pontos de Cultura, por exemplo, deixaram de ser prioridade?
MARTA PORTO: Tenho que reconhecer que houve um grande esforço de agir para colocar todas as dívidas com os Pontos de Cultura um dia, para compreender as complexidades do programa e buscar soluções. Mas desde o princípio a prioridade política foi estruturar a Secretaria de Economia Criativa e apostar politicamente nesse caminho. Perdemos a chance de propor uma política de cultura sintonizada com os principais desafios da sociedade brasileira para além da economia: a democracia e todos os valores culturais que ela exige para ser mais do que um regime político. Criar as condições de participar da elaboração de uma nova agenda de direitos e cidadania onde o acesso a cultura - como oportunidade de criar e ser reconhecido, mas também de conhecer o desconhecido - se estabelece como um direito do cidadão, discutido não mais como discurso, mas como plataforma de Estado com os recursos necessários para engajar municípios, estados e redes culturais para superar as condições de desigualdade que se mantém há séculos nesse país. Estávamos desenvolvendo as condições técnicas e políticas para que isso fosse possível em pouco tempo, estimulando o debate intergovernamental e com as redes de produção cultural, mergulhando nas pesquisas, debatendo internamente. Como esse é caminho que vem sendo discutido amplamente nos últimos anos no país, não foi difícil encontrar as condições na sociedade para rapidamente colocar algumas propostas objetivas, mas aí faltou a prioridade política que cito no texto que publiquei. A equipe foi sentindo que estava no lugar certo, mas no momento errado.
O GLOBO: Há alguma má vontade política com o programa dos Pontos de Cultura? Ao que você atribui os cortes orçamentários e as dívidas do Cultura Viva?
MARTA PORTO: Não acho que há má vontade, mas se criou em torno do programa uma visão quase messiânica o que não ajuda o debate político. Para se estabelecer como política pública e não como política pessoal ou privada que faz uso de recursos públicos, é necessário que o programa seja visto com racionalidade e a luz das informações e resultados que vem produzindo. Há problemas evidentes de gestão, de transparência no processo decisório, de relação Estado-Sociedade. Há também uma falta de clareza institucional para lidar com a diversidade dos próprios pontos de cultura e as condições de desigualdade que se instalaram dentro do próprio programa. O Cultura Viva é uma grande ideia, que permitiu ao Estado reconhecer e impulsionar um sem número de instituições culturais que antes não tinham acesso ao Estado, e isso em si já é uma grande vitória. Mas por outro lado, em 7 anos não criou as condições objetivas para preparar o Ministério da Cultura, e portanto o governo como um todo, para compreender e gerenciar as pecularidades dessa produção e dessas organizações. As dívidas são reflexo desse descontrole, do desejo de expandir cada vez mais as redes e da incapacidade do Estado de dar resposta efetiva para isso. Muitos dos recursos não são repassados por inadimplência das organizações ou por atrasos nas prestações de conta pelo próprio MinC.
O GLOBO: Três dos editais do programa foram cancelados pelo MinC no ano passado. Um deles foi o Agente Escola Viva. Em abril de 2011, um parecer da Consultoria Jurídica da AGU no MinC dizia que o prazo do programa Agente Escola Viva deveria ser prorrogado. Mas, 15 dias depois, um novo parecer assinado pela mesma advogada da AGU substituiu o primeiro, com uma conclusão contrária à prorrogação. O que aconteceu?
MARTA PORTO: É preciso dizer que fui nomeada formalmente pelo Diário Oficial em 5 de maio 2011 e que antes dessa data não tinha acesso aos processos, acompanhava e orientava as decisões a partir das discussões feitas com a equipe técnica. Nesse caso o que ocorreu, é que em março 2011 foram feitas consultas formais à Conjur do Ministério da Cultura sobre a validade de dois editais - Agente Escola Viva, publicado em 14 de julho 2009 e Agente Cultura Viva, este publicado em 15 de setembro de 2009 -, solicitando um pronunciamento formal sobre a vigência dos editais para proceder aos trâmites de validação dos processos. Os pareceres que nos chegaram, emitidos com um dia de diferença, tinham posições contraditórias o que causou estranhamento na área técnica. Fizemos uma reunião com o coordenador da Conjur, Dr. Claudio Peret, solicitando uma posição consolidada que orientasse a decisão final e
ela nos foi entregue através de parecer assinado pela Conjur em 20 de abril. Isso consta nos autos do processo e com base nisso em junho já nomeada, tomei as medidas de cancelamento dos editais. A carta onde divulgo aos selecionados a posição do Ministério da Cultura, foi um cuidado ético, proposto em reunião com a Comissão Nacional de Pontos de Cultura realizada em Brasília em maio. Naquele momento, nos pareceu que diante das consequências para todos os envolvidos, era a única atitude esperada de um gestor, que se dirigisse a cada um explicando as razões do cancelamento, se solidarizando com as consequências e propondo soluções. Lamento que hoje, essa postura de cuidado seja usada com o propósito contrário.
O GLOBO: A atual gestão do MinC costuma dizer que as contas a pagar e dívidas deixadas pela gestão anterior para os Pontos de Cultura foram muito altas. Você concorda?
MARTA PORTO: Sim, eu concordo. Não se trata apenas de dívidas, mas de desorientação administrativa, de pilhas de processos sem resolução, de prestações de contas sem retorno desde 2008. Como lidar com tudo isso de forma respeitosa com as pessoas e cuidadosa com as exigências de ser governo e estado, sem provocar atrasos? É impossível.
O GLOBO: Como você avalia o trabalho de Ana de Hollanda? E como você avalia a forma com que a Cultura é tratada no governo Dilma?
MARTA PORTO: Vou lançar um livro ainda esse ano onde faço essa avaliação de forma mais cuidadosa e consistente. Acho que a cultura ainda não se tornou uma prioridade para o Estado e mesmo para a sociedade brasileira. Isso não acontece apenas no Brasil, recentemente o governo conservador espanhol tomou a medida de acabar com seu Ministério da Cultura, integrando suas atividades em outro Ministério. Tenho visto isto em todos os momentos da minha vida profissional, e creio que em boa parte a responsabilidade é nossa, dos pensadores, artistas, produtores e gestores de cultura que fomos incapazes de assumirmos um protagonismo nos grandes temas e desafios que o país e o mundo enfrentam. Silenciamos sobre as condições da democracia, os direitos humanos, a desigualdade social e mesmo, sobre a formação do cidadão, crianças e jovens e nos últimos anos deixamos de pensar também sobre temas que nenhuma outra esfera pública irá se dedicar: as artes, os direitos culturais, a crítica, o pensamento. Entendo que para qualquer governante seja difícil entender como se relacionar com esse vazio político. E a gestão da Ana de Hollanda, é um reflexo desse vazio e não a sua causa. Ainda assim, temos que lutar para que nossa contribuição possa se estabelecer de uma forma mais consistente, nossos programas articulem propostas com e para a sociedade, considerem as mudanças culturais em curso no mundo todo e a coloquem para que os governos possam refletir sobre as suas decisões. Creio nesse caminho construtivo e continuo ativamente trabalhando para isso.
O GLOBO: Você se arrepende de ter participado do MinC?
MARTA PORTO: Não, aprendi muito e acho que dei minha contribuição também. Nada pode ser lido com visão imediatista. Estar no MinC, no governo, levantou reflexões adormecidas que vieram a tona com muita intensidade.
O GLOBO: Você enxerga num futuro próximo a Cultura como uma política relevante para as instituições e governos brasileiros?
MARTA PORTO: Se não acreditasse, não estaria trabalhando, debatendo, propondo. Acredito e vou lutar sempre para que isso ocorra, simplesmente porque a democracia brasileira vai ser mais forte se contar com a diversidade cultural do seu povo e com a inovação que em das artes. Um país sem alma, não tem destino e a cultura pode contribuir muito para estabelecer outras e novas condições sociais.

Fonte: O GLOBO - Cultura de André Miranda.