'A vontade popular não pode tudo', afirma promotor sobre caso Tiririca

O promotor eleitoral Maurício Antonio Ribeiro Lopes admitiu, em entrevista ao G1 na tarde desta segunda-feira (8), a possibilidade de pedir a absolvição do deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como o palhaço Tiririca, caso fique demonstrado durante audiência que ele é alfabetizado, mas disse que vai insistir na apuração da veracidade do documento apresentado à Justiça antes do registro da candidatura para comprovar sua escolaridade. Procurado pela reportagem, o advogado de Tiririca, Ricardo Vita Porto, afirmou que não comentará as declarações do promotor. Leia mais. Matéria no G1 por Roney Domingos

Tiririca cumprimenta jornalistas após votar no segundo turno em São Paulo (Foto: Daigo Oliva/G1)

É claro que a democracia deve ser levemente limitada para garantir a qualidade do serviço público baseado no sufrágio. Esse limite permite estabelecer um piso de qualidade; como assim? No caso em foco garante que, no poder responsável pela elaboração de leis e fiscalização das ações do executivo, o eleito saiba no mínimo ler. Agora foi desafortunada a expressão do promotor a vontade popular não pode tudo, pois a constituição garante que todo poder emana do povo e a vontade popular nesse caso consagrou o Sr. Fracisco Everardo Oliveira Silva como seu representante devidamente constituído pelo voto.

Se ele poderá ou não ser empossado é uma outra discussão que cabe ao Dr. Lopes fazer o que está fazendo, promovendo a justiça por meio da devida aplicação legal. Mas no mínimo constata-se que o nosso eleitor de hoje não aceita mais tão passivamente assim os falsos políticos que estão, há tantos anos, sendo empurrados goela a baixo no povo que deve decidir entre o menos ruim.

Reflita um pouco sobre tudo antes de tomar qualquer lado na sua defesa moral.